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Tosse seca, com catarro ou crônica: veja causas, tratamento e como prevenir

Tossir é um mecanismo de defesa ou reflexo do corpo que possibilita expelir alguma coisa que esteja dentro das vias respiratórias superior ou inferior. Embora a tosse seja uma das queixas mais comuns nos consultórios, especialmente nos meses mais frios, muitas pessoas não a consideram um problema que mereça uma visita médica.

Contudo, caso persista no tempo, esse sintoma pode piorar e afetar negativamente a qualidade de vida. Caso se trate de uma simples infecção, ele deve passar em duas ou três semanas. Quando a tosse dura mais do que isso, já não é mais aguda e sempre precisa ser investigada.

A estimativa dos cientistas é que cerca de 8% da população global conviva com essa condição, especialmente nas regiões metropolitanas, onde a exposição a agentes irritantes aumenta o risco de ter tosse, sem falar dos hábitos da vida moderna como a obesidade que, entre outras coisas, reduz as defesas do corpo (imunidade).

Por que temos tosse?

A causa mais frequente da tosse é uma infecção por vírus ou bactérias, especialmente nos meses mais frios do ano. Rinite, poluição, baixa umidade do ar, agentes químicos e cigarro também entram nessa lista.

Como se classificam as tosses

Esteja pronto para responder ao médico qual é o tempo de duração da sua tosse. É a partir dessa característica que o especialista poderá identificar a origem do problema. Veja como o sintoma é classificado:

Tosse de curta duração (aguda): É aquela que dura até três semanas e, na maioria das vezes, é infecciosa. Nos meses do inverno, sete em cada dez casos são viroses. Nesta classe, as causas mais comuns são resfriados, gripes, alergias e asma.

Tosse de longa duração ou persistente: O sintoma permanece com o tempo. Nesse grupo se encaixam as tosses subagudas (que duram de três a oito semanas) e as crônicas (mais que oito semanas).

“Essas tosses devem, necessariamente, ser vistas por um médico e devidamente investigadas, porque elas sempre sinalizam doença”, explica Debora Carla Chong e Silva, especialista em pneumopediatria e professora da Escola de Medicina da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) e da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

Nessas situações, as enfermidades relacionadas mais comuns (especialmente em crianças) são:

  • Asma: Na maioria das vezes, a tosse se manifesta junto ao chiado no peito (sibilância) e a falta de ar (dispneia). “A tosse é um dos sintomas cardinais da asma. Entretanto, em alguns indivíduos, ela pode ser o único sintoma”, adverte Priscila Megumi Takejima, do Departamento Científico de Rinite da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).
  • Rinite: Aqui, a tosse geralmente é mais seca, há pouca secreção (catarro) e ainda é acompanhada por coriza, espirros e nariz entupido.
  • Sinusite: O sintoma é mais forte e frequente, há secreção (catarro), e observa-se piora no final do dia ou ao deitar, exatamente quando a secreção desce (drena) dos seios da face para a faringe e a laringe, gerando o reflexo da tosse.
  • Tabagismo
  • Laringite crônica;
  • Bronquite crônica;
  • Refluxo laringofaríngeo (nesse caso é acompanhado de azia e regurgitação);
  • Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
  • Pneumonia (especialmente por germes chamados atípicos);
  • Tuberculose;
  • Fibrose cística;
  • Câncer.

Medicamentos podem provocar tosse?

Alguns fármacos podem ter como efeito colateral a tosse seca crônica: de 5% a 35% dos pacientes poderão apresentar o sintoma.

“Nesses casos, a tosse é seca, tem longa duração e os principais medicamentos são os anti-hipertensivos do tipo IECA (inibidores da enzina conversora de angiotensina), usados para o controle da pressão alta”, esclarece Mayra de Freitas Centelhas Martinelli, otorrinolaringologista do corpo clínico da Amil. São exemplos desses remédios o captopril e enalapril.

Quem precisa ficar mais atento?

Todas as pessoas, em geral, são suscetíveis ao sintoma, principalmente no inverno. Mas os grupos a seguir são os considerados mais expostos às infecções:

  • Crianças, especialmente as que frequentam locais aglomerados como escolas e creches;
  • Lactentes (até 2 anos de idade);
  • Idosos;
  • Tabagistas;
  • Pessoas com doenças do coração;
  • Pessoas com síndrome metabólica;
  • Pessoas com doenças gástricas;
  • Alérgicos.

Tosse persistente em crianças muito pequenas

Sheila Homsani, diretora médica da Sanofi Pasteur, explica que tosses persistentes em crianças podem decorrer de outras doenças, como a pneumonia e a coqueluche, esta causada por uma bactéria, a Bordetella pertussis. A característica da doença é uma tosse seca e contínua. O problema pode ser prevenido por meio da vacinação.

Muitas vezes, a criança contrai a doença porque ainda não houve tempo de ser vacinada, já que o esquema vacinal prevê que as doses da vacina sejam tomadas aos dois, quatro e seis meses de idade. Nos adultos, a coqueluche não é tão intensa, mas eles podem transmitir a bactéria aos bebês. Por isso, a vacinação desse grupo é a melhor estratégia. Caso esteja grávida, converse com seu médico sobre esta possibilidade também.

Quando procurar um médico?

Pouco importa se o sintoma se manifestou em crianças ou adultos. Quando a tosse não passa depois de três semanas e ainda começam aparecer outros sintomas como febre persistente, perda de peso (ou falha no ganho do peso mensal, no caso dos pequenos), falta de ar (dispneia), chio de peito (sibilância), vômitos ou perda de sangue, procure um médico imediatamente.

Como é feito o diagnóstico?

No consultório, o médico vai ouvir o paciente para colher detalhes do seu estado de saúde, além de examinar o seu corpo (exame clínico). A depender do que ele observou, exames específicos serão solicitados, desde os de imagem (radiografia, tomografia do tórax, nasofibrolaringoscopia, endoscopia; pHmetria etc.), exame de sangue e prova de função pulmonar, até exames de função pulmonar e testes alérgicos.

Como é o tratamento

Tosse aguda: A regra de ouro para as orientações médicas é a máxima menos é mais. A abordagem deve evitar, ao máximo, a indicação de antibióticos sem necessidade, bem como o uso e abuso de corticoides. Aliás, muitos estudos científicos até desencorajam o consumo de xaropes e recomendam alternativas caseiras mais indicadas para acalmar a tosse em crianças. Fale com seu médico sobre essa possibilidade. Ele saberá orientá-lo nesse sentido.

Tosse crônica: A depender do diagnóstico, as melhores estratégias variam desde longos ciclos de antibióticos até uso diário de corticoides inalados, como os indicados para o tratamento da asma.

“Se a causa da tosse for o refluxo, a solução é ter uma alimentação mais saudável, perder peso, praticar exercícios e consumir antiácidos por tempo determinado. Caso o tratamento clínico falhe, a cirurgia pode ser uma opção”, diz Giuliano Mendes, cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Leforte.

Táticas para prevenir a tosse

Como a tosse é um sintoma, tratar a doença de base previne que ela se manifeste. Esteja atento a fatores ambientais, alérgicos ou ocupacionais que podem desencadear ou dificultar o controle dessas enfermidades. Para colaborar com o tratamento ou evitar que a tosse apareça, coloque em prática as seguintes atitudes:

  • Cultive um estilo de vida saudável;
  • Mantenha completo o calendário de vacinação de crianças e idosos sob sua responsabilidade;
  • Vacine-se contra a gripe antes do inverno;
  • Procure ajuda médica tão logo perceba que a tosse não passa;
  • Evite a automedicação;
  • Esteja atento à higiene das mãos lavando-a com frequência ou usando álcool 70;
  • Pratique a etiqueta da tosse: ao tossir, acostume-se a usar a parte interna do cotovelo para cobrir a boca. Quando você usa a mão e toca objetos, espalha os agentes infecciosos por toda a parte, especialmente porque eles sobrevivem em superfícies duras por até por 72 horas;
  • Cubra a boca e o nariz com lenços descartáveis ao tossir e, depois, descarte-os;
  • Afaste-se de locais aglomerados e sem ventilação;
  • Mantenha distância das pessoas ao conversar;
  • Capriche na hidratação, especialmente nos dias secos e se você trabalha exposto ao ar-condicionado;
  • Evite o tabagismo;
  • Faça lavagens nasais com soro fisiológico;
  • Mantenha o peso adequado à sua idade e altura;
  • Prefira bebidas não gaseificadas;
  • Reduza o consumo de frituras;
  • Evite deitar-se após comer ou beber;

Fonte: Uol – Viva Bem

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