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Alimentos podem piorar os sintomas da rinite? Especialistas explicam

Com a constante mudança de tempo, é comum que as pessoas comecem a sofrer com rinite, sinusite e os outros “ites” que entopem o nariz e a garganta. O mais famoso deles, a rinite, chega a atingir quase metade da população adulta no país, como informa o III Consenso Brasileiro sobre Rinite, da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.

A rinite é um quadro alérgico na maioria dos casos –ou seja, provocada por uma reação do sistema imune a algum agente. No Brasil, o mais comum é que os ácaros –bichinhos microscópicos que se escondem no ambiente — irritem as vias aéreas, mas outros fatores podem deflagrar as crises, como poluição, clima seco e mudanças bruscas de temperatura.

Os alimentos até participam desse processo em algumas pessoas, mas é raro que sozinhos causem uma sessão de espirros, tosse ou coriza. “As alergias de vias aéreas dificilmente serão causadas por alimentos. Antes de cortar qualquer coisa da dieta, é preciso investigar outros fatores, como pólen, epitélio de animais, poeira e por aí vai”, destaca Renata Cocco, coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).

Então como os alimentos podem influenciar nesse quadro?

Agora, pessoas que são muito alérgicas a outros fatores podem ter sua situação prejudicada com alguns alimentos. “Para elas, o contato especialmente com bebidas fermentadas, como vinho tinto e cerveja, queijos envelhecidos e embutidos pode desencadear uma reação do sistema imune que provoca a congestão”, comenta Cícero Matsuyama, otorrinolaringologista e coordenador da residência médica do Hospital Cema, em São Paulo.

Trata-se de um quadro diferente da alergia alimentar, que gera outras repercussões –gastrointestinais principalmente. “É mais raro, mas quem é alérgico a itens específicos, como camarão e amendoim, pode ter incômodos respiratórios como parte de um quadro de anafilaxia, com outros sintomas mais graves”, destaca Cocco.

Veja mais sobre os alimentos que são relacionados à piora da rinite:

Alimentos apimentados ou muito temperados

Alimentos muito quentes ou temperados podem provocar a rinite gustatória, uma reação local ao estímulo exagerado. A capsaicina, presente na pimenta, é uma das substâncias que parecem mais importantes nesse quadro. Chás muito quentes, mesmo os com ação descongestionante, também podem agravar a espirradeira.

Ultraprocessados

Alimentos processados, ricos em gordura, conservantes e açúcar, devem ser consumidos com moderação, pois podem intensificar crises respiratórias. “Essas substâncias entram em circulação muito rapidamente e podem desencadear um processo inflamatório em todo o organismo”, destaca Eline de Almeida Soriano, médica nutróloga e diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia). Como a asma, rinite e outros quadros envolvem também a inflamação, melhor maneirar nos alimentos com esse potencial.

Bebidas alcoólicas fermentadas

As bebidas alcoólicas, no geral, têm componentes que geram hipersensibilidade em certos indivíduos e possuem uma ação vasodilatadora que pode intensificar a congestão nasal.

E o leite?

Esse é um assunto mais polêmico. Alguns estudos mostram que o consumo de leite leva ao aumento do muco nas vias áreas, mas não existem consenso sobre o assunto. “Cientificamente não há estudos que comprovem essa relação, exceto em portadores de alergia à proteína do leite, que teriam também outros sintomas importantes quando consomem o produto”, aponta Cocco.

Um artigo recente sobre o assunto, publicado no periódico Archives of Disease in Childhood (https://adc.bmj.com/content/104/1/91.full), reuniu as evidências existentes sobre o tema e concluiu que algumas pessoas podem mesmo sentir que o catarro está mais espesso depois de consumir leite, mas que não há evidências de que ele leve ao aumento da secreção ou piora de sintomas.

O texto também reforça que o leite é um alimento rico em vitaminas, cálcio e outros nutrientes essenciais para as defesas do corpo, que não deve ser retirado da dieta sem que haja real necessidade disso. “Empiricamente, contudo, observamos que alguns indivíduos sentem melhora quando reduzem os laticínios do cardápio”, destaca Matsuyama. Ou seja, na dúvida, converse com o seu médico.

Fonte: Uol – Viva Bem

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